VARIG: A BATALHA BILIONÁRIA QUE RESSURGIU DAS CINZAS DA AVIAÇÃO BRASILEIRA
Mais de 15 anos após a falência, União, fundo Aerus e BTG Pactual disputam R$ 3 bilhões da antiga companhia aérea
Por Redação UaiSôMochilando
Mais de uma década depois do fim da Varig, uma das companhias aéreas mais emblemáticas do Brasil, o nome da empresa voltou ao noticiário. O motivo? Uma batalha judicial que envolve R$ 3 bilhões em precatórios pagos pela União à massa falida da companhia. O impasse agora coloca frente a frente o fundo de pensão Aerus, o BTG Pactual e o governo federal, em uma disputa que mistura história, direito e o passado glorioso da aviação brasileira.
O fim de uma era e o início de uma nova disputa
A Varig, símbolo da aviação brasileira por quase 80 anos, teve sua falência decretada em 2010, encerrando uma trajetória marcada por glamour, pioneirismo e voos para os quatro cantos do mundo. Porém, o encerramento das operações não significou o fim de seus problemas — nem de sua história.
Em julho de 2025, a União pagou R$ 4,7 bilhões em precatórios à massa falida da companhia, resultado de uma antiga ação judicial que pedia indenização por prejuízos causados durante o Plano Cruzado, quando o governo controlou os preços das passagens aéreas. Desse valor, cerca de R$ 3 bilhões permanecem bloqueados, e é justamente esse montante que está no centro da batalha atual.
Quem quer o dinheiro da Varig?
Três grandes forças disputam os valores remanescentes:
✈️ A União – quer manter o dinheiro bloqueado até que sejam resolvidas pendências tributárias da antiga empresa, que somariam mais de R$ 10 bilhões.
💼 O fundo de pensão Aerus – responsável pelas aposentadorias de ex-funcionários da Varig, alega ter direito a parte majoritária do valor, estimado em mais de R$ 2,6 bilhões (hoje corrigidos, podem ultrapassar R$ 5 bilhões).
🏦 O BTG Pactual, por meio do fundo FIDC Precatórios Brasil – busca receber cerca de R$ 141 milhões referentes a créditos adquiridos de uma subsidiária do Banco do Brasil.
O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro chegou a autorizar a divisão dos recursos entre os credores, mas a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN) recorreu da decisão. O argumento é de que o valor ainda não integra definitivamente o patrimônio da massa falida e, portanto, não deve ser liberado.
O que está em jogo
Para o Aerus e os ex-funcionários, o dinheiro poderia finalmente quitar pendências previdenciárias reconhecidas há mais de uma década. Já o governo federal tenta abater antigas dívidas tributárias antes de liberar qualquer valor.
Os advogados que representam o Aerus e o BTG afirmam que a União estaria tentando prolongar o processo indefinidamente, criando uma espécie de “moratória judicial” sobre valores que já deveriam ter sido pagos conforme a legislação de falências.
Enquanto isso, milhares de ex-colaboradores da Varig — muitos deles aposentados — aguardam o desfecho dessa novela judicial que parece não ter fim.
Do glamour ao colapso
Fundada em 1927, em Porto Alegre, pelo imigrante alemão Otto Ernst Meyer-Labastille, a Viação Aérea Rio-Grandense (Varig) foi um marco na história da aviação.
Nos anos 1970, chegou a ser a maior companhia aérea da América Latina, operando uma frota de mais de 120 aeronaves e com cerca de 20 mil funcionários.
Sob o comando da Fundação Ruben Berta, que tornava os próprios funcionários acionistas da empresa, a Varig era sinônimo de elegância e excelência no serviço. A bordo, o glamour dos uniformes impecáveis e o padrão internacional de atendimento fizeram da marca um símbolo do Brasil no exterior.
Mas o sucesso não resistiu às mudanças econômicas e à abertura do mercado aéreo nos anos 1990. A concorrência crescente, as crises cambiais e os prejuízos acumulados levaram à derrocada.
Em 2005, a Varig entrou em recuperação judicial e, em 2010, o império azul dos céus brasileiros chegava oficialmente ao fim.
O legado que permanece
Mesmo após 15 anos da falência, a Varig ainda desperta nostalgia e respeito. Seus antigos funcionários e comissários mantêm viva a lembrança de uma época em que voar era sinônimo de status e o nome “Varig” estampava o orgulho nacional.
Hoje, a marca sobrevive nos tribunais — e nos corações dos que um dia voaram sob suas asas. O desfecho da batalha judicial deve definir não apenas o destino de R$ 3 bilhões, mas também o capítulo final de uma das histórias mais marcantes da aviação brasileira.
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