O FUTURO DO CAFÉ DA MANHÃ DE HOTEL
Será o fim dos buffets tradicionais?
Quem nunca se encantou com uma mesa de café da manhã de hotel cheia de pães, frutas, bolos e frios? Por muito tempo, esse tipo de buffet foi considerado um símbolo de luxo e fartura. Mas, aos poucos, esse modelo começa a ser questionado, e o motivo é sério: o desperdício de alimentos.
Segundo dados do Relatório do Índice de Desperdício de Alimentos 2024, da ONU, mais de 1 bilhão de toneladas de comida foram desperdiçadas no mundo só em 2024. Desse total, quase um terço vem de restaurantes, buffets e serviços de comida em hotéis. O impacto é significativo: alimentos que vão parar no lixo significam também o uso desnecessário de água, energia, terra e ainda a emissão de gases de efeito estufa.
Por que o buffet gera tanto desperdício?
Um café da manhã servido em buffet gera, em média, mais que o dobro de desperdício em relação a refeições no prato: 300g contra 130g. A variedade faz os hóspedes se servirem em excesso, muitas vezes pegando mais do que conseguem comer.
Além disso, há o chamado “efeito férias”: quando viajamos, é comum acharmos que os excessos estão justificados — e aí o “quero aproveitar o que já paguei” aumenta ainda mais a chance de exagero.
Como os hotéis estão se adaptando
A boa notícia é que muitas redes estão buscando alternativas para reduzir o impacto ambiental sem perder a experiência gastronômica:
Scandic Hotels (norte da Europa): diminuiu o tamanho dos doces, permitindo repetir se o hóspede quiser.
Ibis: passou a oferecer pratos menores, para incentivar porções mais conscientes.
Hilton Frankfurt: serve alguns itens em porções individuais, como frutas e iogurte.
Novotel Bangkok Sukhumvit: exibe avisos sutis no buffet lembrando: “Pegue apenas o que conseguir comer”.
Outros hotéis têm apostado em cardápios sob demanda, cafés da manhã em etapas ou experiências mais personalizadas, conectadas ao bem-estar, como yoga e rituais matinais antes da refeição.
Luxo agora é consciência
Especialistas em comportamento do consumidor apontam que a ideia de luxo também mudou: não se trata mais de quantidade, mas de qualidade e propósito. Oferecer menos variedade, mas com ingredientes frescos, porções equilibradas e cuidado com o planeta pode ser, hoje, um diferencial para os viajantes que valorizam sustentabilidade.
Relatórios recentes reforçam esse caminho: 84% dos viajantes afirmam considerar a sustentabilidade um fator importante na hora de escolher onde se hospedar.
O que esperar daqui para frente
Ainda é um desafio para os hotéis equilibrar a expectativa de fartura com a urgência de reduzir excessos. Mas algumas tendências já são visíveis: buffets menores, reforçados por menus especiais à la carte, porções inteligentes e doações de excedentes para bancos de alimentos.
Alguns especialistas defendem até o fim completo dos buffets tradicionais, em favor de experiências mais calmas e personalizadas. Afinal, o café da manhã costuma ser a última lembrança de um hóspede antes do check-out — por que não deixá-lo com uma sensação de cuidado e exclusividade, em vez de exagero?
E você? Prefere o café da manhã de hotel no estilo buffet ou acha que chegou a hora de mudar? Conta pra gente nos comentários!