VOOS NA EUROPA: BAGAGEM DE MÃO PODE FICAR GRÁTIS EM BREVE
Expectativa cresce entre viajantes; companhias low‑cost alertam para aumento de tarifas
A União Europeia está prestes a mudar o jogo das viagens aéreas com uma proposta que pode acabar com a cobrança pela bagagem de mão. Já imaginou embarcar na Europa levando uma mochila e uma mala de até 7 kg sem pagar nada a mais? Parece sonho, mas o Comitê de Transporte e Turismo do Parlamento Europeu aprovou esta proposta no fim de junho – e ela segue agora para votação em plenário. Se aprovada, valerá para todos os voos dentro do bloco e para os que entram e saem dele.
Cada passageiro poderá levar uma bolsa pessoal (até 40×30×15 cm) e uma bagagem de mão maior (até 7 kg e 100 cm totais) gratuitamente.
A iniciativa faz parte de uma reforma mais ampla, que visa dar maior transparência ao preço das passagens, incluir indenizações claras por atrasos e cancelamentos e garantir que crianças de até 12 anos possam viajar ao lado de acompanhantes sem custo extra.
Por que isso impacta agora?
As companhias chamadas low‑cost (Ryanair, EasyJet, Wizz Air etc.) já mudaram seu modelo de receitas: oferecem bilhetes baratos e cobram por qualquer serviço extra — inclusive a mala de mão — para manter a lucratividade. Organizações de consumidores denunciaram essas taxas como “abusivas”, citando decisões judiciais anteriores que apontam para cobranças indevidas.
Casos recentes:
Espanha multou cinco empresas em 179 milhões de euros por práticas abusivas com bagagem.
Consumidores em toda a Europa se uniram para pressionar o Parlamento a revisar essas taxas.
Mas as empresas se defendem
A associação Airlines for Europe (A4E) acusa o Parlamento de querer impor "serviços inclusivos" que reduzem a autonomia do passageiro. A diretora Ourania Georgoutsakou criticou a proposta:
“O resultado será um aumento nos custos para milhões de passageiros que não precisam nem utilizam uma mala extra… o Parlamento deveria deixar os viajantes decidirem o que pagar.”
E os consumidores?
Se a proposta for aprovada como está, os turistas europeus — e quem viaja entre países da UE — podem ganhar a partir de 2026:
Menos burocracia no embarque, com filas e filas evitadas.
Preço final mais transparente (sem surpresas na hora da compra).
Mais liberdade para planejar viagens curtas sem custos extras.
O detalhe é que as empresas alertam: quem não leva mala pode passar a pagar mais pelo bilhete. A conta da mudança não fecharia sem algum ajuste no valor final das passagens. Mas, para quem só vai com mochila e precisa de transparência, é um avanço enorme.
Conclusão
A proposta ainda precisa passar pelo plenário europeu, mas se virar lei, representa uma vitória significativa para os viajantes: menor custo oculto e mais clareza na hora de escolher voar. Enquanto isso, as cias low‑cost pressionam por ajustes no texto para garantirem que continuam lucrando sem penalizar passageiros leves demais nos seus voos.
Fonte: adaptado do G1
"União Europeia quer acabar com cobrança por bagagem de mão" (02/07/2025).